Projeto escolar desperta solidariedade e leva pais a doarem sangue

"Fraternidade e Saúde pública", tema da Campanha da Fraternidade 2012 também é o lema que norteia um projeto educacional realizado com crianças do 1º ao 5º anos da escola Municipal Rachid Bardauil, no bairro Aeroporto, que tem incentivado atitudes de solidariedade com o próximo.
"A escola Rachid Bardauil está funcionando, neste ano, em caráter experimental em período integral, ou seja, atende as crianças nos períodos matutino e vespertino. Devido a este atendimento especial, foi inserida na grade curricular dos alunos a disciplina "Identidade, autonomia e valores humanos". Para dar maior ênfase aos assuntos abordados nessa disciplina, nada mais favorável que tratar de uma tema tão atual e que merece um olhar atento e de valor da sociedade, que é o tema da Campanha da Fraternidade 2012, afinal, independente de religião, raça, cor ou classe social, todos dependemos do setor da saúde", justificou a professora Marcela da Silva Pereira, responsável pelo desenvolvimento do projeto e pelas aulas da nova disciplina escolar.
Cerca de 200 crianças participam do projeto. De acordo com a professora, o objetivo principal é conscientizar os alunos, e por consequência seus familiares, que é possível contribuir com setor da saúde. "Para despertar a ânsia de saber sobre a situação do quadro da saúde, as crianças realizaram pesquisas e foi proposto que elas criassem um super-herói da saúde e relatassem o que esse herói faria para melhorar a situação em que o setor se encontra. As crianças apontaram que criariam mais hospitais, melhorariam o investimento no setor, redistribuiriam as verbas de uma melhor forma, ofereceriam mais contratações de profissionais na área e mais acessibilidade aos cursos voltados para a área de saúde, com a finalidade de formar mais profissionais. Porém, deixamos claro que na nossa situação atual nada disso é possível, pois não fazemos parte do governo e apesar de nossas reivindicações, essas são situações que no momento estão longe da nossa realidade, por isso, chamamos a atenção das crianças, para o que é possível realizar hoje, para contribuir com a nossa saúde e a saúde do próximo", apontou Marcela ao Diário. Em debate com os alunos, houve o consenso que atitudes simples podem contribuir com a saúde do próximo, como: doação de sangue, doação de leite materno e visitas a entidades filantrópicas. "A proposta era motivar as crianças a sensibilizarem a família em como ajudar a contribuir com a saúde local. Então, fizemos o levantamento de duas atividades, uma, seria a doação de leite materno, já que verificamos que muitas mães se encontravam em período de amamentação. Essa atitude não foi possível pela falta de banco para coleta do leite materno. A opção que conseguimos viabilizar foi a doação de sangue e alguns pais já se dispuseram a fazer a doação. É impressionante o quanto as crianças estão envolvidas na causa e estão tentando convencer seus pais a contribuírem com o projeto e consequentemente com a saúde e o bem-estar daqueles que necessitam dessa doação", apontou a professora.
Para concluir o projeto, os alunos irão visitar nos próximos meses o Asilo São José, onde realizarão um chá para os idosos. "Como as crianças não podem realizar doação de sangue, então, eles vão doar carinho, afeto aos idosos do nosso Asilo, assim, mostramos a eles, que não é necessário ter recursos financeiros para ajudar o próximo, basta ajudar com o que possuímos em mãos nesse momento", concluiu Marcela.
Doação
Nesta semana, Jocilene de Medeiros, mãe do aluno Lucas de Medeiros, 06 anos, e Alexsander Roges dos Santos, pai do Lucas dos Santos, também de 06 anos, foram os voluntários da vez. Os pais afirmaram que se sentiram motivados com o projeto da escola e decidiram ser voluntários.

              Alexsander afirmou que projeto despertou lado social em toda família.
   
                       
                         
O meu filho chegou em casa falando do projeto que a professora estava fazendo e pediu para que eu doasse sangue no Hemonúcleo da cidade. É uma ação que ele pode se espelhar e quem sabe, no futuro, será meu filho quem estará ajudando a quem necessita. Nós, pais, devemos ser so primeiros exemplos para as crianças", ressaltou Alexsander.

A mãe, Jocilene de Medeiros, que nunca havia doado sangue pretende incluir essa prática em sua vida. "Eu estava com muito medo, porém, meu filho ficava me perguntando quando eu iria doar. Foi bem simples, fácil e rápido, nem doeu tanto assim. Se der tudo certo e meu sangue for aprovado para doação, pretendo realizar doações sempre que possível", afirmou.
Por: Camila Cavalcante em 28 de Junho de 2012

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